quarta-feira, 21 de maio de 2008

My secret world

Sonhando, voando, viajando o que seja, já fazia tempo que não me permitia ao meu próprio tempo, ao de ser EU, não que não esteja sendo, mas digo que hoje me entreguei um pouco a Carol do passado, Prozac Nation, normal, who cares? na moda, não é mesmo? E como não podia deixar de ter uma trilha sonora, tenho uma: Same Mistake - James Blunt
E pra variar me emociono com amigos que encontro e em tão pouco tempo me conhecem tanto e a amiga que sempre esteve, continua "estando", sempre, Mama? Pois é..mas essa vai pra Lu e seu encantador livro de Fernando Pessoa que nem mesmo eu sabia que era tão apaixonada por ele, pois é esta nobre bibliotecária fez uma pessoa que simplesmente O-D-I-A-V-A livros se apaixonar já por dois de Pessoa, amo muito ...e como não podia deixar de ser agora já ao som de Enya - Secret World ,Pessoa "canta" em meu eterno sensível coração...

"As coisas mais simples, mais realmente simples, que nada pode tornar semi-simples, torna-mas complexas o eu vivê-las. Dar a alguém os bons-dias por vezes intimida-me. Seca-se-me a voz, como se houvesse uma audácia estranha em ter essas palavras em voz alta. É uma espécie de pudor de existir – não tem outro nome!
A análise constante das nossas sensações cria um modo novo de sentir, que parece artificial a quem analise só com a inteligência, que não com a própria sensação.

Toda a vida fui fútil metafisicamente, sério a brincar. Nada fiz a sério, por mais que quisesse. Divertiu-se em mim comigo um Destino malin.
Ter emoções de chita, ou de seda, ou de brocado! Ter emoções descritíveis assim! Ter emoções descritíveis!
Sobe por mim na alma um arrependimento que é de Deus por tudo, uma paixão surda de lágrimas pela condenação dos sonhos na carne dos que os sonharam... E odeio sem ódio todos os poetas que escreveram versos, todos os idealistas que fizeram ver o seu ideal, todos os que conseguiram o que queriam.
Vagueio indefinidamente nas ruas sossegadas, ando até cansar o corpo em acordo com a alma, dói-me até aquele extremo da dor conhecida que tem um gozo em sentir-se, uma compaixão materna por simesma,que é musicada e indefinível.
Dormir! Adormecer! Sossegar! Ser uma consciência abstrata de respirar sossegadamente, sem mundo,sem astros, sem alma – mar morto de emoção refletindo uma ausência de estrelas!
"

Livro do Desassossego [135]

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